Os diferentes ritmos utilizados na capoeira, como tocados no berimbau, são conhecidos como toques. Estes são alguns dos toques mais comumente utilizados:
Angola
É o toque para um jogo de dentro lento rasteiro, praticado com a mão no chão, chamado jogo de angola, onde o capoeirista mostra força e equilíbrio; é jogo solto de mandingueiro. Essa é a origem da capoeira.
São Bento Grande de Bimba
Este toque foi criado por Mestre Bimba. É chamado também de São Bento Grande da Regional. Toca-se ele com um berimbau médio, dois pandeiros de cada lado fazem parte da formação da bateria (a essa formação instrumental dá-se o nome de “charanga”). É um toque que transmite muita energia e exige dos capoeiras muita técnica e atenção.
São Bento Grande de Angola
Esse toque é utilizado no jogo de Angola, é tocado com o berimbau viola e fazendo repiques. Mas também há grupos de capoeira que usam o toque São Bento Grande de Angola para jogar “regional” um jogo rapido e de floreios.
São Bento Grande de Angola seria o mesmo que a capoeiragem do tempo dos escravos, apenas assim denominada e talvez com algumas modificações. Angola, como também é conhecida, é um jogo onde predominam rasteiras e cabeçadas. É um jogo lento e cheio de armadilhas. Geralmente costuma ser um jogo baixo, com bastamte movimentos próximos ao chão.
São Bento Grande
O toque de São Bento Grande corresponde ao toque do terceiro ritmo. Quando o gunga o toca, o berimbau médio executa o São Bento Pequeno e a viola toca o São Bento Grande. Nesse momento a luta é enfatizada no jogo, exigindo velocidade de reflexos.
São Bento Pequeno
São Bento Pequeno é um toque de berimbau cadenciado e lento. Ele é executado com duas batidas apenas com o apoio do dobrão sobre o aço, seguida rapidamente de uma terceira batida marcada pelo dobrão, uma batida no aço solto e um balanço do caxixi.
Iúna
O toque de Iúna (assim como os outros toques) não possui um criador identificado, (assim como não existe ‘um criador’ da capoeira, a qual é resultado de inúmeras experiências dos afro-brasileiros no tempo da escravidão), no entanto, alguns capoeiristas atribuem sua criação ao Mestre Bimba, onde ele servia para os alunos formados demonstrarem toda a sua habilidade. Dentre estas habilidades, podemos citar: saltos, piruetas, firulas, paradas-de-mão, etc
Mestre Bimba costumava desenvolver neste ritmo a chamada “cintura-desprezada” ou “balões cinturados” que consistía em uma seqüência de balões (movimentos em que um jogador é lançado para o alto e precisa cair em pé), geralmente exigido ao aluno graduado.
Cavalaria
Em capoeira, cavalaria é o toque de alerta máximo ao capoeirista. É usado para avisar o perigo no jogo, a violência e a discórdia na roda. Na época da escravidão, era usada para avisar aos negros capoeiras da chegada do feitor. Na República, quando a capoeira foi proibida, os capoeiristas usavam a “cavalaria” para avisar da chegada da polícia montada, ou seja, da cavalaria.
Samango
Toque onde a acústica da barriga é enfatizada. Era utilizado para mostrar que existia a aproximação de pessoas no local onde estava sendo executado e acompanhava a velocidade das passadas, aumentando com a aproximação.
No Brasil, principalmente no nordeste, diz-se do soldado razo, sem qualquer patente e/ou iniciante na polícia.
Diz-se, ainda, daqueles que são abobalhados, sem malícia para brincadeiras pesadas e/ou maliciosas.
Santa Maria
Na capoeira, Santa Maria é o toque usado quando o jogador coloca a navalha no pé ou na mão. Um dos toques mais bonitos do berimbau, o tocador precisa desenvolver uma escala de notas e retornar ao começo da escala que da ao ritmo uma caracteristica muito diferente dos demais toques da capoeira, em especial da capoeira regional.
Banguela
Banguela é o mais lento toque de capoeira regional, usado para acalmar os ânimos dos jogadores quando o combate aperta. É um jogo cadenciado.
Amazonas
Amazonas é o toque festivo usado para saudar mestres visitantes de outros lugares e seus respectivos alunos. É usado em batizados e encontros.
Idalina
Toque para jogo de navalha. (Revista Praticando Capoeira, ano I, n.º 03).
Regional de Bimba
Regional de Bimba é um estilo da Capoeira voltada para o combate.
Criada pelo Mestre “Bimba”, dividiu a capoeira em dois estilos, sendo a outra a Capoeira de Angola, que até então era chamado de brincadeira dos angolas.
O que caracteriza a capoeira regional de Bimba, são as suas seqüências de ensino de ataque, defesa e contra-ataque, com movimentos mais objetivos e eficientes, sem muitos floreios rasteiros, consiste em saltos e golpes aéreos.
O praticante de capoeira regional de Bimba ganha força, velocidade, elasticidade, ferocidade, relfexo e controle mais amplo dos movimentos.